segunda-feira, 21 de março de 2011

Preconceito contra otakus

Não sei ao certo se posso falar desse assunto; talvez até possa, mas posso não falar com profundidade porque nunca sofri nada do tipo diretamente, por isso não sei como é isso "cara-à-cara"; só posso comentar o que vejo na internet, mas é na internet que as pessoas fazem aquilo que não têm coragem para fazer realmente.
Enfim, vou começar com uma dúvida...
Por que preconceito contra otakus?
Já parou pra pensar nisso?
Particularmente, eu não sei.
Primeiro; o que é um otaku aqui no Brasil? ou melhor, em São Paulo (não que em outros estados não tenham otakus, mas é que São Paulo é minha realidade (uma realidade preconceituosa na verdade))?
Um otaku é aquele indivíduo que é fanático em animação japonesa e mangás (no básico do básico).
Depois disso vem gostos diferentes entre os otakus (bandas, gêneros dos animes, dos mangás, etc.)
Novamente...
Por que preconceito contra indivíduos que apenas gostam de animação japonesa?
Já pensei nisso diversas vezes e ainda não entendo. Pode parecer besteira, mas, qualquer tipo de "agressão" aos otakus (não necessariamente física), de certa forma, me afeta.

Muitos otakus já devem ter ouvido comentários na rua do tipo "Nossa! Um maloqueiro." ou "Que cara doido" ou "Cadê os pais dessa criatura?" Isso quando estão... sei lá.... com uma mochila abarrotada de chaveiros, de botons, ou quando espetam o cabelo, usam uma camiseta com o anime preferido e pior ainda quando são cosplayers; muitos devem ouvir "E aí viado!?" ou pior, quando tentam mostrar que conhecem alguma coisa tipo "Ow Naruto!".

(Chega Uri! Volta pro assunto central.)

Tá! Que otaku nunca viu alguma coisa no orkut que criticava os otakus? (Eu! Eu! Eu vi! o/)
Olhei uma comunidade de nome "D-us destrua o Japão".
Enfim, na descrição dizia o seguinte (uma parte dela):

"O japoneses são pagãos que não aceitaram Jesus Cristo.E se aliaram aos nazistas.Corrompem nossa juventude com seus animes e mangás cheios de homossexualismo e prostituição infantil."

E no final dizia: "OTAKU/ATEU = RETARDADO"

Pra mim isso é preconceito religioso.
Bom existem outros fatores, por exemplo:

- No Japão, muitos que eram evangélicos e católicos morreram no tsunami
- Existem otakus que são evangélicos e/ou católicos
- etc...

Vi uma outra coisa (dessa vez um tópico) de um cara que dizia que "otakus são adolescentes que são excluídos pelo restante da classe, [...] que se juntam para falarem de coisas gays, numa língua miguxês (?) blá, blá, blá,....

Influência norte-americana obviamente.

(URI MUDOU O RUMO DA CONVERSA!)

Tá, eu sei que eu falei, falei, falei, e não disse nada.

Ok! Voltando à questão...

Outra dúvida...
De onde vem/nasce/surge esse preconceito?

Possíveis respostas?
- porque otakus gostam de uma coisa estrangeira?
- porque andam em grupo?
- porque tomam Mupy?
- porque escutam j-music?
- porque vêem desenho e desenho é coisa de criança?
- porque lêem de trás pra frente?
- porque têm duzentos chaveiros na mochila?
- porque carregam cinquenta botons?
- porque curtem uma cultura diferente?
- porque espetam o cabelo?
- porque usam camisetas com os personagens preferidos?
- porque se reúnem em eventos?
- porque se vestem como seus personagens?
- porque pensam que a vida é como nos animes?
- porque falam termos em japonês que ninguém entende?

Eu não acho que seja alguma dessas.
Pra mim é porque essas pessoas têm medo do que é diferente, por isso menosprezam quando o diferente é chamativo.

Minha vida no geral:
Tenho o ensino fundamental completo, o ensino médio completo, sou inteligente, não fumo, não bebo, não uso drogas (eita clichezinho barato...), tenho pai, mãe, irmã,... ouço música, assisto televisão, sei andar de ônibus, de trem, metrô, adoro animais.

(Tá bom! Chega! Não vou ficar contando da minha vida! XD)

Mas, não deve ser muito diferente da de outros otakus.
Otakus são pessoas também (eita que post cheio de clichê), quem têm família, amigos,... a única diferença das outras pessoas é que gostam de animes.


Até o próximo post.

Ja-ne!

quarta-feira, 16 de março de 2011

Dicionário otaku


Acho que muitos (otakus, quando estavam se tornando otakus) já passaram por essa situação:
Ir à um evento, ver as pessoas falando "diferente", querer falar como elas; mas não conseguir (ou ter medo) por não saber o que aquelas "expressões otakus" significavam.
Na verdade não são "expressões otaku". Pra quem não sabe, são expressões (ou palavras) muito usadas no Japão (não só pelos fãs de anime ou mangá).
Mas como por aqui não falamos japonês, é legal saber um pouquinho (e também sair daquele "arigatou" "sayounara").


(Vixi existem tantas que eu nem sei por onde começar.)

Muitas pessoas devem ter reparado que alguns otakus usam muito "-chan", "-san" depois que falam o nome de alguém. Isso não tem tradução e é mais ou menos como uma forma de tratamento. Tipo, você acaba de conhecer uma pessoa mais ou menos com a sua idade, começa uma conversa, (suponhamos que seja uma menina chamada Lara); já penso se você chega e fala: "Então Larazinha,..." (¬_¬) ... fica mal né!? Normalmente um otaku diria "Lara-chan". Ou pior, você quer manter um respeito na conversa e chama ela de "Senhora Lara"... uma que ela tem sua idade, outra que (sendo menina) vai achar que você tá chamando ela de velha. Melhor seria (no caso de um otaku) chamar ela de "Lara-san".
(Ficou meio forçada a explicação, eu sei...)
Mas existem outras formas como "-kun", "-sama" (nesse caso com extremo respeito, como se fosse vossa excelência), "-senpai", "-dono".

Tá! Acho que deu pra entender (ou não), mas não é só isso.

Imagine que você tá na fila de entrada de um evento. Você vê uns grupinhos andarem por toda a fila, indo e voltando, vários deles; até que você se depara com um manolo carregando a famosa plaquinha, perguntando o seguinte:
Qual é melhor?
(Abaixo as opções)
J-rock          |            K-rock
XXXXX           XXXXXX
XXXXX           XXXXXX
XXX

(/\ Votos de outras pessoas)

Ai você pensa: "Que p**** é essa?

Very simple! "J" vem de Japan (ou japanese) e "K" vem de Korea (ou korean) ^__^

Outra coisa bem interessante é a própria palavra "otaku". No Japão otaku é a pessoa que é fanática ou "viciada" em alguma coisa (não só em anime / mangá). Um otaku pode ser um fanático por futebol, ou viciado em HQ's americanos.

Além disso tudo aí, também tem algumas palavras que otakus costumam usar muito por aqui:
- Ohayou: bom dia
- Baka: idiota
- Aho: idiota (palhaço, besta)
- Kawaii: bonito
- Nani?: hã?, o que?
- Kuso: maldito
- Neko: gato
- Gomenasai: desculpa
- Ja-ne: até mais
- Watashi wa: eu sou
- Onegai: por favor
- Sensei: professor
- Doushite: por que?
- Hai: sim
- Iiê: não

Claro que não são só essas, existem otakus e otakus, cada um com suas palavras e seu jeito de falar.

Bom acho que é só,... (por enquanto)

Até o próximo post.

Ja-ne!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Cosplay

Gomenasai! Post atrasadíssimo! Mas vou tentar fazer com que a demora valha a pena.
Bom vou falar um pouco sobre o cosplay e tudo relacionado à ele (ou quase tudo).

O que é cosplay?
Bom, cosplay pode ser definido como muitas coisas, mas, basicamente, é vestir-se como um personagem de HQ's, mangás, animes, filmes ou jogos.
"Cosplay" é uma palavra formada da junção de "costume" (fantasia) e "play" (jogar / brincar). Então, não basta vestir-se como o personagem, também precisa incorporar o jeito, as manias, as poses,... enfim; tem que, realmente, "interpretar" o personagem; mas isso é fácil quando se gosta do personagem.
A pessoa que pratica o cosplay é o cosplayer.


Por que fazer um cosplay?
(Não sei por que eu coloquei essa pergunta, mas tudo bem.)
Qualquer pensamento é válido pra se fazer um cosplay; o mais comum é porque a pessoa tem uma admiração tão grande (muitas vezes até uma paixão) pelo personagem, que quer ser, ou quer viver como ele; quer imitá-lo.
Outras pessoas querem ficar "famosas" com seus cosplays bombásticos, outros porque querem que os outros  peçam pra tirar uma foto,....
Enfim, são inúmeros motivos, o importante é não reprimir a vontade.


O que se precisa para ser um cosplay?
(Ai, é cada uma que eu invento...)
Mas eu acho importante falar disso.
Muita gente acha que para ser um cosplay tem que ser parecido com o personagem, ou que tem que gastar muito dinheiro, ou que precisa participar dos concursos que têm nos eventos. Mas isso não é importante. São apenas detalhes que podem ser "ajeitados".
Primeiro, não precisa se parecer com o personagem. Eu mesma sou um exemplo, porque sou cosplayer, mas nunca fiz um cosplay de personagem feminino. Também já vi homens de cosplay de sexo oposto (que, inclusive, ficaram perfeitos).
Também há aqueles personagens que têm outra etnia (negros, índios, brancos); também não é um problema; ora! se fosse por isso, nenhum japonês poderia fazer cosplay! Pense bem, praticamente todos os personagens de anime ou mangá têm olhos grandes, os japoneses têm olhos puxados.
Dinheiro precisa sim, mas não é o fim do mundo. Existem muitos personagens simples, com roupas simples e cabelos simples que não precisa muito gasto, muitas vezes uma camisa que você tenha, ou o pai, ou algum amigo, pode se tornar uma valiosa peça para o seu cosplay.
E se uma pessoa está de cosplay não precisa participar de concursos, pois eles exigem muito mais preparação.


O exterior
Recentemente, li uma matéria numa revista que falava sobre os eventos otakus pelo mundo. Isso me fez pensar que os eventos do Brasil são de fato atrasados e mal organizados. Basicamente, os eventos por aqui têm os cosplays, têm salas de exibição, os concursos de cosplay, estandes, palestras e apresentações de bandas. Tirando isso (que não é lá muita coisa), a visão mais presente é o pessoal andando sem rumo, um monte de gente sentada no chão, uns olhando os estandes, outros ouvindo as palestras, etc.
Uma comparação (acho que nem pode chamar de comparação) é nos Estados Unidos e no próprio Japão. Os eventos de lá têm muito mais à oferecer do que os daqui. A pessoa que vai à qualquer um deles tem que estar preparada para andar muito e gastar muito também. Existem mais de quinhentos (500 - é isso mesmo, eu não errei) estandes, sempre com novidades (ao contrário dos daqui, onde sempre vemos as típicas bandanas do Naruto, os chaveiros e os botons). As palestras não são apenas com dubladores e as pessoas podem ter contato e trocar idéias com os palestrantes.
Existem muitas atividades para os visitantes, jogos de diversas plataformas, lugares para os fanzines, outros para que as pessoas possam trocar idéias e se atualizarem.
Mais por que eu to falando tudo isso? Eu sei que depois desses comentários, ir à um evento pode parecer desanimador, mas a finalidade é que os otakus brasileiros possam se conscientizar e passar a exigir mais dos eventos, pois todos estamos perdendo novidades incríveis.

A arte de fazer cosplay
Apesar de o Brasil ser menos organizado que outros países, ainda assim, há muitas pessoas que levam o cosplay a sério; muitas o tem até como profissão.


Em todo evento existem os cosplayers que "zoam", mas também, há aqueles realmente perfeitos, que parecem ser os próprios personagens retirados das páginas dos mangás ou das cenas dos animes.
Personagens simples (como L de Death Note ou Saiko de Bakuman) ficam extraordinários.
Muitos brasileiros conseguem ir à um concurso internacional (e, sinceramente, por conseguir alcançar esse feito, podem ser considerados campeões).

O cosplay dentro e fora dos eventos
Muita gente fala que nunca se vestiria como cosplayer fora dos eventos, mas, falando abertamente, se você gosta muito, muito, muito do personagem, você também vai querer ficar como ele no dia a dia.
Dentro dos eventos, é normal as pessoas pedirem pra tirar uma foto, falar que seu cosplay tá perfeito, ou qualquer coisa do tipo.
É comum também, as pessoas ficarem olhando (com certa discriminação) os que saem dos eventos ainda vestidos com seus personagens. Particularmente, isso não me incomoda, gosto que as pessoas me olhem e vejam que sou diferente, não importa o que irão pensar de mim, só quero ser notada; mas isso porque adoro o que faço, adoro os personagens que incorporo, adoro ir aos eventos.
Sempre para um cosplayer vai existir os extremos: no evento ele está perfeito e profissional, nas ruas ele é estranho e sofre preconceito.


Enfim, não existe um momento certo pra começar a ser um cosplayer, também não tem um momento de parar.
Não existe um lugar certo pra se vestir como gosta; na rua, no ônibus, em casa.
Cosplay também não tem idade, quem gosta não liga pra esses detalhes.


Ufa...
Posso não ter falado tudo, mas falei tudo o que penso a respeito do cosplay.

Até o próximo post.
Ja-ne!
 
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